quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Articulação Sindical: Relações Raciais em debate.

 Por: Prof. Ms. Jair Fortunato Borges Junior .

 O Movimento Sindical no Brasil tem realizado alguns debates de forma ainda tímida sobre as condições dos (as) trabalhadores (as) negros (as) nas mais diversas categorias. A inserção desse debate se deve à militância do Movimento Negro que vem ocupando espaços importantes nos quadros dos sindicatos e centrais sindicais. O maior sindicato da América Latina, digo, a APEOESP tem uma coordenação específica para esse fim dentro da Diretoria de Políticas Sociais, atualmente quem está à frente desta coordenação é a professora Anatalina Lourenço, que também ocupa a presidência do FEDER (Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial de SP). Neste contexto saímos em vantagem, pois além da professora Anatalina temos outros nomes no quadro da APEOESP que figuram no Movimento Negro, entre eles, professor Walmir Siqueira, professor Ramatis Jacino, professor Jair Fortunato e tantos outros. O fato de termos nomes qualificados para o debate da Educação para as Relações Étnico-raciais aumenta a nossa responsabilidade diante dos nossos associados e de toda sociedade que espera e clama por uma Educação cidadã, que forme de fato cidadãos críticos, reflexivos, autônomos e livres de preconceitos de quaisquer ordem. O nosso sindicato traz a vantagem de ser extremamente democrático, e dessa forma em sua composição dialogam diversas correntes ideológicas, porém, a importância do debate sobre as condições e qualidade de trabalho de professores negros e professoras negras tem peso variado nas subsedes de acordo com a corrente que a esteja coordenando. Isso faz com que em alguns casos haja um trabalho muito produtivo e em outros chegue ao cúmulo da nulidade. No último Congresso não foi possível ainda sanar essa deficiência devido a algumas questões de logística, mas no decorrer deste ano continuaremos tentando dialogar para enfim solucionarmos a questão. A APEOESP foi convidada a participar no dia cinco de dezembro último passado do debate: “A conjuntura política pós-golpe na perspectiva dos (as) trabalhadores (as) negros (as), e do lançamento da publicação: A negociação coletiva de cláusulas relativas à equidade racial no Brasil em 2015”, um estudo realizado pelo DIEESE (DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICAS E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS), a pedido do INSPIR (INSTITUTO SINDICAL INTERAMERICANO PELA IGUALDADE RACIAL), evento realizado na Escola DIEESE de Ciências do Trabalho, na cidade de São Paulo. Para o evento foram convidados dois professores da capital, dois da grande São Paulo e dois do interior paulista, entre os quais tive o privilégio de figurar. Participaram do evento Centrais Sindicais nacionais como a CUT, UGT, Força Sindical, e outros mecanismos internacionais como AFL-CIO, e Solidarity Center. Na ocasião ficou nítido o fato de que nas diversas centrais apresentam-se os mesmos problemas em relação ao debate étnico racial no Movimento Sindical e que o Movimento Negro deve jogar mais peso para que esse problema venha a ser sanado.

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