sexta-feira, 11 de outubro de 2013
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Projeto Imoran Wa Unbó (Nosso conhecimento está chegando)
Prof. Ms. Jair Fortunato Borges Junior
Projeto Imoran wá unbó (Nosso
conhecimento está chegando)
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto
E. E. Min. Veiga de Miranda
Ribeirão Preto/2013
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SUMÁRIO
Resumo .................................................................................................................... 02
Justificativa .............................................................................................................. 03
Objetivos gerais ....................................................................................................... 05
Objetivos específicos ............................................................................................... 05
Resultados esperados ............................................................................................... 06
Estratégias de ação .................................................................................................. 06
Referências .............................................................................................................. 08
Anexo I – Cronograma ............................................................................................ 09
Anexo II – Planilha de custo ................................................................................... 10
Anexo III – Composição Étnico-racial .................................................................... 11
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RESUMO
Este projeto trata da atenção à legislação federal que visa diminuir o impacto do racismo
institucional praticado e/ou permitido em ambiente escolar, bem como proporcionar a
elevação da autoestima dos alunos afrodescendentes e a construção sólida da identidade
dessa população.
Palavras chave: Cultura, autoestima, identidade, afro-brasileiro.
RESUMEN
Este proyecto es la atención a la legislación federal que tiene como objetivo reducir el
impacto del racismo institucional practicado y / o permitido en el entorno escolar, así
como proporcionar una alta autoestima de los estudiantes de origen africano y la sólida
construcción de la identidad de esta población.
Palabras clave: cultura, la autoestima, la identidade, afro-brasileña.
3
JUSTIFICATIVA
Em atenção à Lei 10639/03 que é nosso objeto e trata da obrigatoriedade
do ensino da História e Cultura Afro-brasileira, que em 2008 teve sua revogação em
favor da Lei 11.645 acrescentando o estudo da cultura indígena a matéria, vimos
apresentar este projeto. O propósito desta lei não é outro que não a garantia da igualdade
de direitos em todos os níveis da vida em sociedade, digo, cultural, educacional,
histórico, etc.
Entendemos que a partir da qualificação das Relações Étnico-Raciais na
Educação garante-se ainda a mudança de atitudes e posturas quanto à pluralidade
étnico-racial brasileira minimizando a intolerância e valorizando a identidade histórica e
cultural da comunidade negra nacional. E ao incluir o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana nas instituições de ensino possibilita -se a garantia do
reconhecimento da contribuição do negro na construção e engrandecimento do Brasil,
da mesma forma que contribuíram indígenas, asiáticos e europeus.
O racismo no Brasil é um fato comprovado e ainda assim com tantas
evidências advindas inclusive de instituições renomadas como UNESCO, ANPED,
IBGE e IPEA, ou estudiosos como Kabengele Munanga, Petronília B. G. e Silva e
Valter R. Silvério entre tantos outros que fundamentam teoricamente este trabalho, não
é incomum encontrar quem diga que ele não exista, embora não tenham com justificar
os índices estatísticos que apontam o enorme abismo nos resultados de pesquisas sobre ,
por exemplo, a Educação. A Educação que é parte do sistema de ensino que segundo
Pierre Bourdieu (1998), reproduz fielmente a estrutura social.
Conflitos com base na cor da pele e/ou tipo de cabelo tem se apresentado
frequentes nesta Unidade Escolar, apesar da existência da Lei acima citada o ensino da
cultura afro-brasileira se limita ao livro didático que continua como fonte inó cua para
este tema, pois não retrata nada além da condição de escravo quando se refere ao negro
no Brasil. O intuito da legislação é o de resgatar a autoestima dos alunos negros e
devolver-lhes a identidade suprimida ao longo da história do país.
As relações étnico-raciais estão embebidas de preconceitos e a superação
só será possível com muita insistência e seriedade na disseminação do conhecimento
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acerca do assunto, mas os cursos de licenciatura não têm preparado os profissionais de
forma adequada para esse fim e infelizmente um número bastante reduzido deles tem
interesse no tema.
Diante do exposto, nosso projeto traz a proposta de oferecer aos alunos e
professores palestras e atividades culturais que mostrem o que o material didático omite,
para que então os alunos tenham subsídio para debater entre eles e com seus professores
e familiares o tema em questão. Podemos então entender que o intuito principal desse
projeto é o desenvolvimento escolar exitoso do aluno negro através da superação do
preconceito racial. Por conta disso denominamos o projeto como “imoran wá unbó”,
que no idioma ioruba significa “nosso conhecimento está chegando”.
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OBJETIVOS
Ao propor um trabalho dessa magnitude temos como objetivos:
GERAIS
Atender a legislação que trata da obrigatoriedade do ensino da história e
cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica, digo, Lei 10.639/03, de forma
que a Escola venha cumprir efetivamente o seu papel na construção de um país sem
preconceitos ou discriminação racial, pois entendemos que assim se consolida o estado
democrático de direitos.
ESPECÍFICOS
São nossos objetivos específicos preparar o corpo docente e funcional
para atender a legislação vigente;
Demostrar aos alunos a diversidade que permeia suas vidas;
Apresentar a necessidade de respeitar estas diversidades para que as
próprias diferenças também possam ser respeitas;
Proporcionar aos alunos a construção da própria identidade a partir do
conhecimento de suas origens e não mais da construção imposta pelo euro centrismo
que impõem padrões de cultura hierarquizando os grupos étnicos sempre abaixo do que
por eles é ditado;
Elevar a autoestima daqueles que até então vem sendo excluídos no
processo de ensino, que apenas os retrata em livros didáticos como “escravos” vindos
da África para trabalhar nas lavouras brasileiras;
E, por fim, subsidiar conhecimento para que surjam novos militantes no
combate ao racismo, discriminação e preconceito racial, quer sejam eles negros ou não
negros.
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RESULTADOS ESPERADOS
Nossa expectativa é que após a realização das atividades propostas a
reflexão por parte tanto dos corpos funcional e docente, quanto do corpo discente seja
estimulada em pelo menos setenta por cento dos envolvidos, e, a partir dai disseminada
em seus círculos de convívio social.
ESTRATÉGIA DE AÇÃO
O projeto consiste em uma palestra sobre as políticas de ações
afirmativas, um levantamento sobre a composição étnico-racial dos alunos, professores,
funcionários e equipe gestora, uma palestra sobre religiões de matriz africana, uma
apresentação cultural e uma sessão de vídeo.
A realização deste projeto pede a participação da equipe docente e o
apoio da equipe gestora e dos demais funcionários da unidade.
No mês de Agosto realizaremos uma palestra sobre as políticas de ações
afirmativas com a Professora Silvia Helena Seixas Alves, e também o levantamento da
composição racial da unidade seguindo os critérios do IBGE para a definição das
categorias de classificação de cor ou raça. No mês de Setembro realizar-se-á uma
palestra sobre as religiões de matriz africana com Natan Amâncio, sob o título Modupé
itan Orisàs (Agradeço a história dos Orixás), e, sessão de vídeo com os filmes ”Kiriku e
a feiticeira” e “Vista minha pele”, além da divulgação do levantamento da composição
racial. E no mês de outubro uma oficina de Hip Hop, que é um dos elementos da cultura
afrodescendente bastante praticada pela juventude, inclusive brasileira. A mesma será
ministrada por Morfy Bomani e Afrikan Imigrants, ambos pertencentes ao Movimento
Negro de Araraquara, especialistas em comunicação áudio visual. Para o encerramento
do projeto contaremos com uma apresentação cultural.
Este trabalho será avaliado desde a primeira palestra e seguirá sendo
avaliado no seu decorrer até o final do ano letivo através da observação do
comportamento dos alunos no que diz respeito às relações étnico-raciais, para tanto será
necessário incluir o tema nas pautas do ATPC pelo menos uma vez ao mês.
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Em novembro as professoras estarão mais bem subsidiadas para construir
e realizar as atividades que se referem ao mês da Consciência Negra que culmina no dia
vinte de Novembro, aniversário da morte do líder Zumbi do Quilombo de Palma res,
principalmente no que tange a esclarecimentos sobre esta data, que não é uma
comemoração e sim um momento de reflexão.
Esperamos com este trabalho estar contribuindo de forma efetiva para
combater o preconceito e a discriminação racial a partir do amb iente escolar, e devolver
aos alunos negros sua autoestima e identidade, ainda que um númer o reduzido de
pessoas consiga libertar-se da base educacional equivocada a que estamos expostos.
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REFERÊNCIAS
BORGES JR. Resiliência e sucesso escolar: um estudo de caso com afrodescendente
no ensino público. Ribeirão Preto/SP. Centro Universitário Moura Lacerda. 2009.
Dissertação de Mestrado.
BOURDIEU, P. Os três estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, M. A. &
CATANI, A. Escritos de Educação. Petrópolis: Vozes, 1998, pp. 71-79.
BRASIL. Lei 10.639/03, 09 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e
Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, 2003. Disponível em:<
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso em 02 jul. 2013.
BRASIL. Lei 11.645/08, 10 de março de 2008. Altera a Lei n
o
9.394, de 20 de
dezembro de 1996, modificada pela Lei n
o
10.639, de 09 de janeiro de 2003, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro -Brasileira e
Indígena”. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso em 02 jul. 2013.
BRASIL. Parecer CNE/CP n.º 3/2004 – CP – Aprovado em 10.3.2004 – Dispões sobre
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Disponível em:
. Acesso em: 23 abr. 2008.
IBGE. Características Étnico-Raciais da População - um estudo das categorias de
classificação de cor ou raça 2008, disponível em:
. Acesso em: 02 jul. 2013.
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ANEXO I
CRONOGRAMA
Agosto Setembro Outubro
Levantamento da
composição
étnico-racial
A partir do dia28
Palestra sobre
Ações
Afirmativas
Silvia Seixas
19
10:15 hs
Palestra sobre
Religiões de
matriz africana
Natan Amâncio
26
10:15 hs
Apresentação
cultural
22
A definir
Sessões de Vídeo
05
07:15 hs
10:00 hs
13:10 hs
16:00 hs
Kiriku e a
feiticeira
07
07:15 hs
10:00 hs
13:10 hs
16:00 hs
Vista minha pele
Oficina de hip
hop
31
Afrikan Imigrant’s
Morfy Bomani
10:00 hs
13:00 hs
Obs.: As atividades se repetirão nos turnos da manhã e tarde.
10
ANEXO II
PLANILHA DE CUSTOS
Descrição CUSTO
Levantamento da
composição
étnico-racial
- - R$ 0,00
Palestra sobre
Ações
Afirmativas
Breakfast R$
30,00
Transporte/Combustível
R$ 20,00
R$ 50,00
Palestra sobre
Religiões de
matriz africana
Breakfast
R$ 30,00
Transporte/Combustível
R$ 20,00
R$ 50,00
Apresentação
cultural
Breakfast R$
70,00
Transporte/Combustível
R$ 30,00
R$ 100,00
Sessões de Vídeo
Pipoca
R$ 20,00
- R$ 20,00
Oficina de hip
hop
Breakfast
R$ 50,00
Transporte/Combustível
e pedágio
R$ 130,00
R$ 180,00
Total
R$ 400,00
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ANEXO III
COMPOSIÇÃO ÉTNICO-RACIAL
O levantamento da composição étnico-racial seguirá os critérios do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) , ou seja, faremos uso das cinco
categorias de classificação de cor ou raça apresentadas por esta instituição na “Pesquisa
das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de
Classificação de Cor ou Raça” (PCERP) de 2008 que se encontra disponível em
www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/default_raciais
.shtm.
As categorias, a saber, são, preto, pardo, branco, indígena e amarelo,
cabe ainda lembrar que no caso da auto declaração não é permitida nenhuma influência,
apenas são apresentadas as cinco opções para o declarante.
A população considerada como sendo do grupo étnico-racial negro é
composta pelos pertencentes aos grupos dos pretos e pardos.
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